Blog Um pouco da nossa história, by Beautyland COMO VINGAR NO MUNDO DAS UNHAS? Há quem diga que o amor não se mistura com os negócios, mas por vezes esta pode ser a receita para o sucesso. Exemplo disto é a história de Cila Santos e Bruno Rosado, os pilares fundadores da HN Portugal.Juntos há 15 anos, conheceram-se numa empresa onde trabalhavam na área comercial. Apaixonaram-se um pelo outro e com o tempo perceberam que queriam fazer algo diferente no futuro. “Foi tudo muito bem pensado. Fomos a uma feira na Alemanha em 2005 e viemos de lá deslumbrados. Percebemos que as unhas de gel seria um bom negócio para Portugal porque na altura não existiam aqui escolas de formação nesta área e quase ninguém as fazia”, contam à Beautyland.BALDE DE ÁGUA FRIAO início no mundo das unhas não foi fácil, mas com lições valiosas. “A primeira experiência foi numa empresa que nos colocou numa situação muito negativa, mas também muito positiva. Fomos expulsos de lá ao fim de um ano pelo nosso socio, foi como levar com um balde de água fria, mas hoje em dia agradecemos-lhe que tenha feito isso porque sozinhos construímos o que temos agora”, lembram Cila Santos e Bruno Rosado. “Foi difícil, mas talvez precisávamos mesmo de ter passado por essa aprendizagem para chegarmos onde chegámos”, sublinham. Ao sair desta empresa, o casal decidiu apostar na Hollywood Nails, uma representação alemã que manteve alto o nível de dificuldade ao começar o novo negócio. “Quando trouxemos a marca para Portugal não tivemos ajuda deles para nada. As pessoas pensam que eles nos ajudaram muito, mas na verdade foi zero. Tudo aquilo que nós comprávamos em produto, era exatamente isso que eles mandavam”, afirma Cila Santos. “Foi o Bruno que fez as imagens todas da marca, que fez o site. Era eu que fazia as campanhas de marketing e que lançava as formas de colocar o produto no mercado, as formações, etc.”, acrescenta.PARTIR PEDRAA empresa alemã dava as formações, mas Cila Santos e Bruno Rosado pagavam todas as deslocações e despesas associadas. Todos os anos iam à Alemanha ter formação para atualizarem-se com novas tendências. “Foi um ano muito complicado (2008) porque foi o início da crise em Portugal e era difícil convencer uma pessoa a gastar oitenta euros num frasco de gel, embora fosse muito bom”, lembra o casal.Outra dificuldade encontrada neste inicio prendeu-se com o facto de as manicuras fazerem “campanhas gigantes contra as unhas de gel, diziam que fazia mal, que estragava as unhas”. E por isso andaram “a partir pedra para arranjar alunas” porque havia medo sobre o desconhecido. Entretanto as tendências chegaram a Portugal e as clientes começaram a querer unhas de gel, as redes sociais começaram a ajudar também e a Hollywood Nails Portugal começou a ter uma enchente de formações. Segundo Cila Santos, “alunas de todos os lados queriam fazer as formações porque finalmente convenceram-se que iam perder a guerra se não acompanhassem a tendência”.FIM DO FRANCHISINGAos poucos Cila Santos e Bruno Rosado foram fortalecendo a marca. Nesta altura a venda de produtos era exclusiva às alunas da Holywood Nails porque seriam elas as que melhor saberiam trabalhar com esses produtos de forma a não prejudicar a imagem da marca. Anos mais tarde começaram a aparecer muitas marcas que vendiam a toda a gente e por isso o casal teve de desistir dessa ideia caso contrário não conseguiriam sobreviver no mercado. Para além disso, algumas marcas começaram a vender através da internet e algumas pessoas começaram a comprar diretamente à Alemanha porque saia mais barato sendo marcas ‘low cost’. À Beautyland, Cila Santos e Bruno Rosado contam que tiveram de superar bastantes obstáculos desde o inicio. Por exemplo, “quando começámos éramos muito novos e o facto de a marca ter muito glamour e a qualidade dos produtos ser muito boa, bem como as formações, fez com que tivéssemos muitas pessoas a querer abrir franchising da marca e começámos a abrir lojas. Esta foi a experiência negativa nº1 porque o que motivava as pessoas a abrir uma loja era o simples facto de quererem um negócio pronto a funcionar. Mas este é um negócio de clientes, em que temos de estar presentes, saber cativar...é um trabalho mais duro e complexo do que apenas abrir a porta e deixá-lo funcionar sozinho”, explicam.“Chegámos a ter onze lojas em franchising, mas todas elas com muitos problemas porque as donas das lojas não trabalhavam na loja, muitas delas nem sequer sabiam fazer unhas e depois caía tudo em cima de nós. Então tivemos de fechar todos. Isto faz parte da nossa história e é importante porque trata-se de uma aprendizagem. Hoje em dia não abrimos franchising, só temos lojas parceiras com pessoas da área, que lutam pelo negócio, que dão valor e tem corrido muito bem”, acrescentam. NASCE A HN PORTUGALNo ano que acabaram com os franchisings, Cila Santos e Bruno Rosado começaram a pensar em abrir a própria marca. Assim, desligaram-se aos poucos da casa mãe e em 2014 criaram a HN Portugal. Na prática, isto significa que deixaram de comprar um produto 100% pronto para começarem a criar esse produto de raiz. “Desta forma temos o poder de escolher e controlar a qualidade dos produtos diretamente com as fábricas onde são produzidos. Algo muito significativo se pensarmos nas diferenças climatéricas entre a Alemanha e Portugal”, exemplificam.O casal empreendedor confessa à Beautyland que “é muito entusiasmante fazer parte de todo o processo criativo, mas também muito mais difícil” financeiramente. “Toda a gente acha que somos ricos, que temos imenso dinheiro e nós não temos. Vivemos bem, mas o dinheiro entra e nós temos de investi-lo imediatamente em novas coleções, produtos e stock”, explicam.FORMAÇÃO E INOVAÇÃOSegundo Cila Santos e Bruno Rosado, a HN Portugal é a marca que neste momento tem mais prémios nacionais e internacionais no que respeita a campeonatos, já arrecadaram mais de 130. A formação é uma grande aposta da empresa. Com uma equipa de vinte formadoras espalhadas em vários pontos do país, muitas delas já reconhecidas no mercado, a academia está sempre cheia porque apresenta trabalhos novos e a evolução das alunas.“Andamos sempre a pensar em inovações e gostamos de ser pioneiros”, afirmam. Neste sentido, este ano a HN Portugal realizou o primeiro Campus de Design de unhas e nail art num hotel, em que todos os dias tinham formação com especialistas nacionais e internacionais. “Foi um sucesso, as pessoas adoraram”, garantem Cila Santos e Bruno Rosado.Recentemente, o casal trouxe também uma revista para Portugal dedicada unicamente à nail art onde pretende dar a conhecer o trabalho e o nome das profissionais portuguesas de unhas. “Neste momento há muito no mercado o fazer unhas a cinco euros, o que achamos ridículo porque isto é uma profissão que dá muito trabalho. Não se trata apenas de pintar as unhas com verniz, as profissionais desta área são escultoras e fazem todo um trabalho que tem de ser valorizado”, afirmam.TROCA DE PAPEISEstes especialistas em design de unhas são da opinião que para se ter uma empresa é preciso saber o que se faz. Bruno Rosado esteve sempre mais responsável pela parte de gestão e administração da empresa, não fazia unhas, mas sempre acompanhou Cila Santos nas formações e na teoria era capaz de explicar qualquer parte do processo.Entretanto, Cila Santos teve um problema de saúde e foi obrigada a abandonar a formação. Foi nesta altura que Bruno Rosado foi tirar formação e trocaram de papéis. “Primeiro ensinei-lhe a fazer unhas, depois ele foi tirar formações fora do país e em seguida ele ensinou-me a gerir”, lembra Cila Santos. “Agora sabemos falar sobre tudo na empresa. Falamos a mesma língua”, acrescenta com orgulho.Apesar de terem uma equipa com dezenas de funcionários, na criação dos produtos da HN apenas estão envolvidos Cila Santos e Bruno Rosado. “A qualidade para nós é o principal, assim como a consistência, por isso temos um acordo de exclusividade com uma fábrica”, sublinham.NÃO AO DIPPINGA concorrência nem sempre é leal, mas a forma da HN Portugal se posicionar no mercado é não se preocupar com o que os outros estão a fazer. “Em vez de andarmos a fazer o mesmo que os outros, só porque toda a gente o faz, focamo-nos naquilo que podemos melhorar na nossa marca, em novidades, etc.”, afirmam.Segundo Cila Santos e Bruno Rosado, existem cerca de cem empresas no mercado a vender produtos, em apenas três entendem do negócio em toda a sua profundidade. “Felizmente somos uma delas. Não estamos neste negócio só para ganhar dinheiro, não queremos ir para a cama e pensar que a saúde das pessoas está a ser prejudicada com o uso dos nossos produtos”, explicam. “Quando o dipping foi lançado houve um grande alarido, mas nós não apostámos nisso nem o vamos fazer porque achamos que é um produto terrível tanto quimicamente como higienicamente”, asseguram. “Temos de ter uma personalidade e vontade muito fortes para quando os clientes nos pedem um produto que a maioria da concorrência lançou no mercado, mas nós não temos nem vamos ter porque não acreditamos nesse produto. Lançamos sim produtos diferentes, produtos que acreditamos como o Top Color, único no mercado”, afirmam.O Top Color, segundo Cila Santos e Bruno Rosado, é resultado da dedicação da HN Portugal no último ano e meio em tentar arranjar formas de poupar tempo às clientes que às vezes têm mais pressa. “É como se fosse um gel de cor que aplicamos na unha, polimerizamos na lâmpada UV e já sai com brilho. Tem muito pigmento e mandámos desenhar o pincel redondo para chegar à cutícula”, descrevem.AMOR QUE ENCHE A ALMAO segredo do sucesso é, para Cila Santos e Bruno Rosado, “trabalho, esforço e dedicação”. A alma do negócio, o amor. “Somos muito apaixonados pelo que fazemos. Seguimos o lema: faz o que amas e não terás de trabalhar um único dia da tua vida. E isto faz muito sentido porque quem faz por amor, empenha-se muito mais e tem melhores resultados”, afirmam. “É isso que temos feito nos últimos 10 anos, não temos fins-de-semana, passamos a vida em aeroportos para cá e para lá e acabamos muitas vezes por não estar em casa. Ás vezes até brincamos a dizer que vamos de férias para casa. Sem esta dedicação as coisas não acontecem”, explicam. Juntos há 15 anos, como marido e mulher, a trabalhar muitas vezes 24 sobre 24 horas, como conseguem Cila Santos e Bruno Rosado conjugar profissionalismo, respeito e amizade? “Não somos o melhor exemplo porque quando ficamos uma semana separados já estranhamos. Adoramos trabalhar juntos e não saberíamos trabalhar de outra forma. É já um hábito e até poderíamos estar fartos porque já lá vão muitos anos, mas não é esse o caso. Podemos divergir nas opiniões, mas não discutimos, conseguimos sempre chegar a um consenso”, explicam.Para além de serem o pilar um do outro em todos os sentidos, o segredo do sucesso deste casal empreendedor está também no apoio que a família lhe dá com os dois filhos. “A família ajuda muito, principalmente os nossos pais, e isso não há dinheiro que pague. Sem esse apoio familiar talvez não conseguíssemos ter a vida que temos” confessam. As crianças, de treze e seis anos de idade, já estão habituadas ao ritmo dos pais porque desde que nasceram que é assim. “A mais velha, Maria Eduarda, já acha muita piada ao que fazemos e até criámos uma linha de cuidados de corpo em sua homenagem que se chama Duda Care”, revelam.Em breve falamos dessa gama aqui num post no blogue